quinta-feira, 19 de março de 2009

Quem somos nós?


Somos povos,
Somos línguas,
Somos o mundo...

Afinal, porque buscar tantas respostas? O mundo finge quem somos e dele extraímos o significado que rege nossas vidas. Dentro de nossas vontades, desejos e sonhos podemos criar nosso reflexo do outro lado dos olhos e abraçar apaixonadamente suas miragens na esperança de encontrar a água que irá saciar nossa sede.

Mas além da nossa visão não sabemos o que encontrar, como que um presos numa ilha remota. No entanto, ao nadar em busca de novas terras, levamos consigo a esperança de que possamos beijar imensos jardins e saborear toda infinidade daquilo que está acima e abaixo de nosso paladar. No fundo, apenas acreditamos na imensa linha do horizonte e na força das mãos da morte que puxam os pés cada vez mais exaustos e sucumbimos ao breve alívio de afundar numa luz de incertezas, a mesma luz que acreditava ser o sopro da vida.

Num curto momento, ainda ecoa a mesma pergunta que assombra nossos nomes: Quem somos nós? Talvez sejamos a parte não realizada; uma semente que não floresce; o belo pôr-do-sol que jamais voltará; o beijo que jamais poderá ser repetido; o tímido milagre da água para o vinho. Em tão poucos minutos somos tanto quanto os passos que percorremos para alcançar o que amamos, ou nos perder tentando alcançar suas mãos.

Somos o valor da nossa vida,
A continuidade do infinito,
Um fogo que se consome.

Somos um segredo que é proibido de ser revelado. Um milagre vivo que transforma e descobre incontáveis mundos, que mesmo escondido no imenso assombro do universo. As grandezas daqueles que não sabem quem são ou como surgiram, mas vivem e admiram toda a preciosidade de um lar sustentado sobre o nada.”

Gabriel Russelle ( 1898 – 1957 )


Texto enviado pelo aluno: Henrique

Um comentário:

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